novembro 26, 2009

pássaro ficto

alguma coisa me chamava atenção naquele acervo de imagens e textos recolhidos e dispostos sobre uma mesa de trabalho de artista que em tudo se assemelhava à nossa rotina, à falsa exposição da intimidade, à convenção do gosto para todos os efeitos, havia, por isso, duas mesas. na verdade uma mesa e uma parede com aparador (penteadeira conceitual) de meiguices, de rosas, de tons, de caligrafias, de recheios. não é fácil lidar com a composição de materiais tão inconstantes, como esses. era o embrulho o mais importante? como saber lidar com seu lugar, nesse amplo território, em duas opções pra solteiro? nesses pré-moldados estéticos, do menino e da menina, sem riso, sem risco quem fez a opção pela mesa do casal? ninguém inventou? niguém quis? a opção dilacerada? aquele que não encontrou as imagens que interessam para desrepresar isso, onde está? só se exibem os que não padeceram no infortúnio de apenas continuar, continuar, continuar, continuar, porque continuar deveria ser consideradamente um ato suficiente de salvação, que se não houvesse salvação estaríamos eternamente fudidos e mal pagos, você consegue imaginar como seria? como seria a verdadeira destruição? procuro olhar e circundar essas duas mesas, essas duas disposições que estão presas ao discurso, ao método, ao acabamento, a nenhuma via nem outra: esta. de que forma discordar ou concordar quando tudo apela para o intimismo que ninguém ousaria recusar. devo me acostumar com essa vigorosa falta de importância da presença do artista no mundo a ponto do resignado existir para sequer saber se completará a missão que inventou para si outro

novembro 04, 2009

1ª Feira de Arte Moderna e Contemporânea

David Shterenberg
Marco Paulo Rolla
Cézanne
Delacroix Manet